Nesses dias de chuva muito não me resta a não ser escutar músicas e pensar na vida. Conforme as gotas de chuva se afundam nas entranhas da terra eu vou me afundando também. Não me sobra nem a reserva de entreterimento com a Tv, pois essa já deixou de ser interessante na vida corrida que levo. Depois que a gente se acostuma a não sentar na frente dela é que percebemos o tempo que perdíamos, ou até mesmo o tempo que se preenchia de uma outra realidade ou interpretação dela. Enfim a correria, que já não é tanta, deixou mais lacunas no meu tempo, que me permite pensar.
Não sei se fui tomado por um pessimismo alheio que não havia no meu ser anteriormente, mas sei que funcionou para me afundar na terra com a mesma agilidade de uma gota de chuva. Analisar o contexto foi algo que aprendi no meu amadurecimento filosófico e, porque não, psicológico, infelizmente foi essa prática junto com o pessimismo que causou o estado de espírito ruim. Na correria que vivo acabo vivendo coisas que não tenho tempo de assimilar, compreender e entender. Na verdade, analisando o contexto, o mundo não quer isso, precisamos produzir... se o mundo continuar exigindo isso terei que viver em luta contra ele, pois mesmo que eu sofra em alguns momentos para parar e analisar, eu continuarei a fazê-lo.
É estranho quando fazemos isso e percebemos a dialética constante em que vivemos. Se ela não existisse não teríamos opostos e talvez, ou muito certamente, não daríamos valor às coisas, mas também viveríamos estagnados. Será que conseguiríamos distinguir o estar feliz do estar triste se vivêssemos numa constante de algum deles.
Deve ser esse o motivo da minha tristeza atual, e por esse motivo da oposição que sei qual é o valor de uma coisa ou outra. Oposição pode surgir da análise comparativa, o problema é quando deixamos essa comparação se estender demais acrescida com o nosso juízo de valor. Ás vezes comparamos o que não devemos, talvez esse erro, na verdade, também seja um acerto para sabermos o valor das coisas e entendermos que somos um ser individual criando essas relações com o mundo, relações essas que não são as mesmas de outra pessoa. Não devemos sofrer então se comparamo-nos com os outros, pois cada um possui sua relação com o mundo de forma diferente.
Essa explanação toda não me fez melhorar, mas me deu a chance de ver as coisas de outra forma e entender o que se passa comigo. Talvez como a gota de água eu evapore num dia de sol, ou seja consumido por uma planta ou sei lá o que pode acontecer com uma gota de água...