sábado, 28 de novembro de 2009

Banho de Chuva




Não sei ao certo o que vou contar se são apenas fatos ou pensamentos, mas acredito que vá fazer uma mistura das coisas como se estivesse sacudindo um recipiente com água e óleo. Quando acordei a contra gosto hoje pela manhã, pensei que estavam de brincadeira comigo. É, como diria um amigo meu, às vezes parece que alguém está jogando xadrez com as nossas vidas. Eu estava muito a contragosto fazendo o caminho que fazia duas vezes por semana à tarde, nesse sábado de manhã às 7h. Como eu esperava minhas propostas por mais divertidas que fossem não rendiam entusiasmo e eu apenas podia rir nervosamente da situação, por dentro querendo que tudo explodisse. Como se não bastasse começou a chover de leve, depois foi aumentando e eu pensando porque sai de casa nessa manhã. Estava sem guarda-chuva e sabia que algumas coisas na minha mochila não podiam molhar, pois eram importantes para parte daquilo que eu queria que explodisse.
Terminei o que me devia, próximo ao meio da manhã e me direcionei ao portão que dividia o meu inferno de hoje e o mundo caindo em pingos do outro. Até parei e esperei um pouco, mas não podia esperar muito tempo, há outros afazeres a serem feitos. Aventurei-me na chuva, sabendo os riscos que passava em molhar coisas importantes e isso me deixava mais aborrecido ainda. Conforme ia caminhando, pois dizem que não faz diferença correr na chuva, os pingos da chuva molhavam a minha roupa e alcançavam a minha pele.
Com o tempo aqueles pingos começaram a me dar prazer, não sei ao certo, mas pensamentos bons começaram a surgir, tantos quantos e ao mesmo tempo em que aqueles pingos de água tocavam minha pele. Pensava em como meu amor distante poderia estar dormindo embalado pelo som da chuva, a mesma chuva que tocava meu corpo e me fazia pensar nele. Não sei ao certo se estaria chovendo lá longe, mas eu apenas sentia as coisas e não estava preocupado em refleti-las. Quando me dei por conta já estava evitando a proteção de marquises, até mesmo andando no meio da rua para sentir aqueles pingos que enchiam a minha cabeça de pensamentos. Não conseguiria descrever todos aqui, pois não sei se consegui captar com o meu consciente todos que se passavam. Mas sei que as pessoas que me viam da segurança de seus carros deviam pensar: “o que esse louco tem na cabeça”; porque eu andava com um sorriso na cara aproveitando aquela chuva. Ela estava levando minha sujeira embora e talvez, essa sujeira, esteja correndo pelas ruas da cidade junto com outras sujeiras dos esgotos que transbordam nesses dias. Passei por muitos deles no caminho de volta, mas apenas os percebi, não me irritando com eles como em outros dias.
Cheguei em casa encharcado, logo me preocupei novamente com as coisas importantes na mochila, que por sorte não molharam. Mas também não deixei de sentir no corpo molhado dos pingos a ligação que estabelecia com meu amor, que se bem sei, adormeceu preocupado comigo. Espero que, assim como a chuva me fez sorrir, em sonhos tenhamos nos encontrado e que eu tenha feito no rosto dele também aparecer um sorriso. Se alguém joga xadrez com minha vida, saibam que o ataque do inimigo fez o jogo virar a meu favor e por isso levo o sorriso no rosto...

sábado, 14 de novembro de 2009

Saudade

O peito não deixou de doer

Continuou o aperto que sentia

Mas teu sorriso devolveu o meu

E eu senti nele o amor que sentimos

Senti que logo o aperto vai ter fim

E assim poderemos desfrutar um do outro

Talvez não em paz como gostaríamos, ainda

Mas logo também assim

Sem preocupações vou dormir no teu peito

Ouvir teu coração, sentir teu cheiro e ouvir tua respiração

E vou poder sussurrar no teu ouvido o quanto gosto de ti


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Contro C. Control V.


Se me permitem fiz copia de algo bonito que disseram e que significou muito pra outro sorriso aparecer. E não preciso dizer o que sinto por você...




Te
sobra o silêncio
Te sobra o pensamento
Sobra o vento, o frio, o horizonte vazio
Olhar vazio
Cabeça baixa

Sem explicação, sem noção, sem emoção

O mundo passa e condensa em um segundo
Petrifica o músculo

Sentado está, na pedra fria e húmida
Pouca, inerte, é a respiração.

Até que no fiM é avistado ao longe
Tão largo (tão teu), brilhante, fadado
O sorriso enfim, desejado.

Acalorado, agitado ao que resta apavorado
O tempo pára...palavras
Ditas e não ditas

Ao longo da estrada, agora tens uma nova dimensão.
Agora escolhe tu, rende-se a inércia?
Ou caminha ao lado daquele que rompeu a solidão.