Andava por uma rua escura da cidade de São Paulo, passava da meia noite e saia da estação de metro. Provavelmente eu havia pegado o último trem daquela noite e fora da estação cantava um vento frio que começava a baixar a temperatura do dia quente e gostoso. No caminho para casa meus passos ecoavam junto com o vento o mesmo que tocava meu rosto e fazia ter lembranças de outro tempo. Nada chamava muito minha atenção no caminho rotineiro, até que virando a rua me deparei com uma senhora. Ela estava sozinha sentada em baixo de um fecho de luz no ponto de taxi. Trazia consigo uma bolsa grande, onde permiti minha imaginação criar, cheia de lembranças de uma longa vida. Tinha um lenço na cabeça que a protegia do frio e seus óculos estavam nas mãos, pois pelo rosto corria-lhe lágrimas. Aproximei-me e perguntei a ela o que havia ocorrido. Ela me respondeu com um sorriso. Depois de sorrir ela olhou nos meus olhos e falou, "não se preocupe garoto essas lágrimas são o tempo passando assim como sorriso que lhe ofereci". "Saiba que em breve vai haver sorrisos no rosto de pessoas que você gosta,como seu amigo que viste hoje". "Diga a ele e a você mesmo que as coisas vêm e vão assim como as lágrimas e o sorriso e elas servem para que possamos perceber o valor das coisas". "Agora vá para casa que olhar em seus olhos já me fez bem, pois lembrei com todo o peso da vida de como ela foi". Ela me deu um abraço e novamente me sorriu mostrando o caminho que eu havia esquecido. Segui pela rua já sem sentir o frio que antes sentia sem saber ao certo porque, mas com um sorriso profundo que só poderia ser visto nos olhos, por alguém que assim também sorrisse.
domingo, 1 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário